sexta-feira, setembro 22, 2006

Resposta simples

Por mais que o mundo pareça caminhar para uma direção não lá muito auspiciosa, tenho a sensação de que há de fato um equilíbrio de forças em cada uma das situações que se possa experimentar no decurso de uma vida. E essa sensação aflora em um momento em que os primeiros impactos de uma maneira de viver completamente diferente vão ficando para trás e a realidade começa a se fazer notar de um modo mais cotidiano. O resultado dessa reflexão simples é a conclusão de que os problemas das mais variadas magnitudes são como vetores que ao se somarem às coisas boas e belas que há na vida acabam por se anular e permitem que esta passe sem maiores sobressaltos. É claro que existem experiências e situações terríveis e outras espetaculares e maravilhosas. Mas há um mecanismo de defesa na mente das pessoas sãs que acaba por minimizar ambos em algo mais palatável. Isso posto, quero dizer que me mudar pra cá não é a panacéia para todos os meus males e que se alguém tiver semelhante idéia está fadado à desilusão. Ainda assim a alteração radical e permanente da perspectiva em relação ao que seja a boa vida e aos fatores que assim a caracterizem não pode ser subestimada. Portanto permanece a grande interrogação suspensa no ar. Porém a resposta simples, por mais triste que seja, acaba por não mais satisfazê-la.

sexta-feira, setembro 08, 2006

Primeiras impressões

Depois de passar a terceira noite seguida na mesma cidade (ou até no mesmo país) – por mais pedante que isso possa soar, acho que estou habilitado a fazer duas coisas. A primeira seria um diário de viagem contando as coisas pitorescas de cada lugar em que estive. Tenho um monte de fotografias e comprovantes de cartão de crédito como minhas provas irrefutáveis. Não que eu esteja desmerecendo o papel de um Pero Vaz de Caminha ou de outros viajantes que meticulosamente descreviam e narravam de maneira exaustiva, tudo aquilo em que deitavam olhos. Mas acho que não tenho credenciais para fazer desse relato algo digno de vossa leitura. Por isso vou pulando para a segunda opção, uma revisão crítica e geral de tudo em que deitei meus olhos. Alguns de vocês podem achar isso incrivelmente chato além de pretencioso da minha parte. Desculpem-me se não lhes dou ouvidos e prossigo no meu intento porque acho que talvez o que eu tenha a dizer possa interessar a alguns poucos (e muito mais ainda porque me deu vontade). Então sem mais delongas, vamos ao ponto. Quero começcar com a primeira coisa que me veio à cabeça ao desembarcar de pileque em Milão: o céu é igual! Essa observação é tão pueril e idiota quanto poética. Todo mundo sabe que o céu é azul com nuvens brancas no mundo todo. Pra variar, se esse for o caso, acabei sendo o último a saber.Mas não estou introduzindo esse fato apenas como um souvenir da minha chegada no velho mundo. Ou na cabeça deles só mundo. Na verdade o que acabei de relatar nada mais é que um fragmento de toda e qualquer experiência de ruptura que os homens fazem desde os primórdios. A questão que isso traz é bastante simples e ao mesmo tempo difícil de assimilar: Por que estamos do outro lado? Em outras palavras, o que faz alguém que nasce desse lado do Atlântico ser diferente? Até que ponto somos os mesmos homo sapiens com trocentos bilhões de neurônios? Fiquem tranquilos, não vou introduzir aqui nenhuma teoria neoracista de que possa me arrepender mais tarde. Mas caramba! Por que raios essa diferença toda? Certamente as pessoas mais afeitas as ciências e ao arcabouço teórico oficial têm a resposta na ponta da língua. A explicação é histórica! Quem sou eu pra contextar! Mesmo assim o ponto de interrogação pairou sobre a minha cabeça como nunca nos últimos 30 dias. E assim como a pessoa que recebe a notícia de que vai morrer logom eu passei por diversas fases. A primeira foi o deslumbramento (que sobreviveu até mesmo à perda do vôo de conexão e das bagagens). Depois veio o alívio e uma sensação de liberdade que nunca sentira na vida. Daí, como toda pessoa que usa das suas faculdades cognitivas para o próprio mal, comecei a temer pelo momento de atravessar de novo esse muro invisível e voltar para o lado B, de onde, atestam todos os meus documentos, não posso escapar. Entrei na próxima fase, muito menos agradável que a primeira: o medo e a revolta! Por que não posso ficar? Quem essas porras de papéis pensam que são pra me dizer onde eu posso eu não ficar? Por que eu não nasci aqui? Por que os portugueses foderam com meu lugar? Sou uma boa pessoa! Nunca prejudiquei ninguém de propósito! Será que se eu me esconder bem escondido eles vão vir me pegar? Vão dizer que meu papel não tem a cor ou o carimbo certos. Por que? Isso durou bastante tempo mas não foi páreo pra cidade luz, o Louvre, o Orsay, o Jd de Luxembourg! E lá estava eu de novo embasbacado com o que os homens foram capazes de fazer. Homens como eu e como vocês. A maioria deles nunca teve passaporte, nem visto, nem carimbo, nem selo.

quarta-feira, setembro 06, 2006

A van


Esse texto foi inspirado nessa imagem que vi anteontem em Copenhagen. Vou facilitar pra vocês! Isso é um carro-forte dinamarquês. E a pessoa que levava os malotes era mulher, estava sozinha e desarmada.








Colete à prova de balas: R$1600,00
Revólver calibre Trinta e oito: R$700,00
Carro blindado: R$80000,00

Poder andar tranquilo pela cidade com máquina fotográfica novinha, dinheiro no bolso e relógio: não tem preço!

Tem coisas que só outro país pode proporcionar. Para todas as outras existe Mastercard.
Aceito também pelo exército de Israel.

sexta-feira, setembro 01, 2006

Alemanha


Aí estão algumas imagens da trip pela Alemanha. A organizada e perfeita Munique, a decadente e charmosa Dresden, Berlin e Rothenburg ob der Tauber

Paris


Nao vou ficar falando porque teria que escrever um livro. Mas uma imagem vale mais que 1000 palavras entao acho que isso abrevia a coisa toda...