segunda-feira, janeiro 16, 2017
amor a menos
em tua mão
fome de amor
é ativo vulcão
transborda de dor
para logo e dança
traz noite e torpor
tudo passa e cansa
suor seco sem sabor
faca sem fio nem ponta
nem fura carne nem corta
tempo também não conta
minha natureza é morta
amor fora de mim
lá onde eu não quis
se você quer assim
morte lenta, longa e infeliz
Fim
Voz tua é ato
esse não quero
motivo torpe ou fato
desprezo, cuidado zero
esconde os dentes
em rubra moldura
tão descontentes
parece amor tortura
desprezo pinta, desenha
lágrima tinta ou trapaça
quem sabe me desdenha,
sei que já não ameaça
Tua barca do inferno
boca amor mata
minha vida faz inverno
ganchos e cordas ata
a dor da vida é vil
toda vida tão fútil
barco se vai vazio
fico eu aqui inútil
esse não quero
motivo torpe ou fato
desprezo, cuidado zero
esconde os dentes
em rubra moldura
tão descontentes
parece amor tortura
desprezo pinta, desenha
lágrima tinta ou trapaça
quem sabe me desdenha,
sei que já não ameaça
Tua barca do inferno
boca amor mata
minha vida faz inverno
ganchos e cordas ata
a dor da vida é vil
toda vida tão fútil
barco se vai vazio
fico eu aqui inútil
Na espera
Penso, perco, passo
desde que foi espera
não me desembaraço
repiso tua quimera
Ela diz não, talvez
meu peito parte
sem querer espero
só amor não arte
Balança essa balsa minha
se lança e não resiste
foge apressada, sozinha
desse indesejo todo triste
aí afora se vai
tolerado intruso só
vaga sem mãe nem pai
todo desfeito em pó
engano se cheguei é vida
não era pra rebentar
espera assim é ferida
tempo que há de passar
Mundo digo que vim
espera a carta chegar
dentro desespero sim
disse, vou me ajeitar
Ela nada não diz
só anoitece indesejo
ao chão me achego infeliz
espera do derradeiro arpejo
a dor da falta
já não fala, murmura,
geme na noite alta
imagem câmara escura
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