sexta-feira, julho 07, 2006

Quem sou eu

De todos os clichês que eu possa me valer nesse momento prefiro o mais óbvio. Prefiro a adaga cortante à lâmina cega, prefiro o fim ao começo, prefiro isso a aquilo. Prefiro coisas de não. Passo ao largo. Falo logo existo. Penso logo lamento. Lamento logo persisto. Deixa esse tempo que te roubei fazer algum sentido em algum lugar pra alguma pessoa. Fico na treva esperando essa chuva passar. Não me molho nem me seco nem sinto a chuva chover. Não sou nada e essa pergunta nada me diz.

Um comentário:

Anônimo disse...

querido
sem saber de ti no além mar, recebendo seus ouros (sim: ouros luminosos) por uma máquina, tento apagar os registros estranhos e quiméricos dessa matéria com teclas e espaços. Salvo somente a conduta da memória, e te vejo. Busco o eco teu na lembrança. Faço de tudo para 'deletar' a necessária linguagem desta 'máquina', apago o que em mim é triste rastro da ausência. Quero o contato, a sensação.
Você me deixou 'sensacionista', como o mestre Caeiro fingia bem. Estou aprendendo contigo a fingir que não gosto da distância e a fingir que o teu 'não' é fingimento. Ainda que seja amante da ausência e tu amante de uma vida nada, ou quase nada, cética.
Paz. Saudade. Rosa